+

2024-05-29

Riopele antecipa cenários de seca e recupera 450 milhões de litros de água


voltar a notícias

O equivalente a 180 piscinas olímpicas

As alterações climáticas estão na ordem do dia e a impactar a vida em comunidade. Nos últimos anos, a Europa em particular tem sido afetada por mais ondas de calor e secas de maior intensidade. Atenta a essa realidade e antecipando cenários alargados de carência de água, a Riopele tem vindo a implementar um conjunto de medidas com o objetivo de reduzir os consumos de água, aumentar a reciclagem do efluente proveniente dos processos produtivos e a recuperação das águas pluviais. Em média, nos últimos seis anos, a Riopele recuperou 450 milhões de litros de água por ano, o equivalente a 180 piscinas olímpicas.

“A água está ligada à história da Riopele desde a sua origem. Em 1927 um jovem empreendedor José Dias de Oliveira fundou a Riopele com a instalação de dois teares para a produção de tecidos num moinho de água, situado na margem do rio Pele. A força da água do rio era a fonte de energia para acionar os teares”, recorda Paulo Machado, Diretor do departamento de Qualidade, Ambiente e Segurança.

Na Riopele, consideramos a água um bem essencial e um valor seguro, mas que, contudo, não nos pertence. É essa consciência de guardadora de um bem alheio e escasso que colocamos na nossa cultura de sustentabilidade.

De forma a minimizar o impacto ambiental, em termos práticos, a Riopele tem em curso várias medidas de eficiência hídrica. Têm sido realizados trabalhos significativos ao nível da gestão e automação das captações de água, na monitorização dos caudais captados e dos consumos dos equipamentos produtivos, na otimização dos processos e na substituição de Produtos Químicos usados na produção, com vista à diminuição da carga poluente no efluente gerado.

A empresa está a reforçar as medidas de manutenção preventiva nas captações de água e identificação de eventuais fugas e perdas ao longo de todo o circuito de alimentação de água com o objetivo de evitar desperdícios de água, assim como aposta no reaproveitamento das águas pluviais (cerca de 8 milhões de litros anuais), sem esquecer a aquisição de novos equipamentos mais eficientes ao nível do consumo de água.

Outra das grandes medidas implementadas é a utilização de sistemas de sensorização e monitorização online que auxiliam a gestão desde a captação ao abastecimento, aos processos e à gestão das águas residuais. Paulo Machado sublinha que estas medidas têm sido bastante eficazes pois o consumo de água tem reduzido significativamente nos últimos dois anos (média de 12% ao ano).

Para dar resposta à reciclagem das águas residuais, a Riopele possui uma Estação de Tratamento de Água (ETA). “Na ETA os efluentes são tratados por tecnologias avançadas, que garantem qualidade para as águas de processo, potenciando o seu retorno ao ciclo da água em segurança”, salienta Paulo Machado.

No ano 2023, a Riopele recuperou 52% de água proveniente dos processos produtivos em húmido. Assim sendo, desde o ano 2000 até 2023 foram recuperados cerca de 8,8 milhões de metros cúbicos, o equivalente a uma poupança para a empresa na ordem dos 2,5 milhões de euros.

No âmbito da gestão responsável de efluentes, a Riopele aderiu voluntariamente às diretrizes da ZDHC Wastewater Guidelines.

Desta forma, têm como ambição identificar e eliminar a utilização de produtos químicos perigosos, seguindo estas normas reconhecidas universalmente quanto à monitorização e controlo do efluente, e comprometimento com a transparência.

Paulo Machado, recorda que “2023 foi um ano de forte seca e o consumo da água da rede pública, para o processo industrial foi nulo pela primeira vez desde que nos conectamos, o que demostra o nosso compromisso na gestão responsável da água. Este resultado implica um impacto económico e ambiental muito significativo para a empresa”.

Adicionalmente, “as exigências dos clientes e as alterações constantes na legislação e normas nacionais e internacionais que se podem traduzir por metas ambientais difíceis de alcançar, o aumento dos custos e taxas associadas ao consumo de água, as alterações restritivas à situação atual no que diz respeito à aplicação das Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD), e o não cumprimento com os requisitos ao nível da qualidade para os processos industriais, são outros fatores de risco que estão bem presentes na gestão da empresa”.

A Riopele ultima, no entretanto, novos investimentos, nomeadamente através da criação de uma nova linha de abastecimento de água aos processos produtivos com vista a melhorar a qualidade de água e eliminar possíveis focos de contaminação. De igual modo, a aquisição de uma máquina de lavar, para o departamento Ultimação (redução expectável de consumo de água na ordem dos 30% em relação ao equipamento atual) e sensores para caracterizar a qualidade da água/efluente está em curso, tal como a realização de um estudo de um projeto com diferentes tecnologias de tratamento de água que prevê o aumento da recuperação de efluente do processo produtivo (Projeto Lusitanos, com o apoio do PRR).

Ainda no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência encontra-se em curso o Projeto GIATEX (Gestão Inteligente da Água), cujo objetivo passa por desenvolver um conjunto de ferramentas que permite à empresa reduzir o consumo específico de água assim como apoiar na decisão sobre o destino final a dar às águas.