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Na escuridão da minúscula azenha, em 1927, nas margens do Rio Pele, era na trama de um tear que se tecia o princípio de tudo.
Quando observado mais de perto, para lá do seu fragor imparável, o tear revelava-se como sendo o inesperado construtor de mundos, histórias e quimeras.
Símbolo de criação cósmica, a mitologia antiga considerava o tear como a estrutura, estranha e maravilhosa, onde o destino era tecido.
Aqui e ali, viam surgir do batimento indefinidamente perpétuo do tear um futuro inteiramente realizado à sua espera. Da aventura do fio no tear, surge subtilmente, como num céu noturno, a constelação dos amanhãs potenciais, de imagens hipotéticas e das profecias do criador: o tecido.
O tear assume-se, nesta perspetiva, como o veículo primordial de construção de culturas e identidades. Atribuir o nome de Tear a uma revista representa, portanto, assumir estas características de heterodoxia.
Não é uma revista apenas sobre a Riopele, é uma ferramenta ao serviço do diálogo construtivo entre indústria e moda, consumo e estilos de vida.
Ao atingirmos o nosso 97º aniversário, na Riopele sentimos que estamos mais motivados do que nunca para continuar a imaginar o futuro, como a tratar de o conceber.
Mergulhados na complexidade do tempo presente, deixe-se inspirar e disfrute dos artigos deste Tear.
THE LOOM - ISSUE 4